quinta-feira, 24 de junho de 2010

Audi A5, cupê maduro

Para quem quer mais que um esportivinho de dois lugares, eis a opção!

Guilber
Não se assuste com o perfil baixo do Audi A5. A marca trabalhou bem sua suspensão para o piso brasileiro

Bastaram dois dias a bordo do Audi A5 para perceber que sou a encarnação do público-alvo do cupê grande e requintado. Sim, esse carro é meu número. Um quarentão de espírito jovial, divorciado, que gosta de passear com a namorada ou com o filho pequeno – ou ambos. Só falta um item para eu me encaixar perfeitamente no perfil dos compradores do A5: uma conta bancária mais polpuda, mas ninguém mandou abraçar uma carreira que dá mais satisfação do que renda. O preço de tabela do cupê alemão é R$ 254.500, e a aplicação de todos os opcionais custa exatos R$ 60.570, o preço de um EcoSport completo ou de um Corolla básico.

Quer cair na estrada com o A5? Perfeito! Ele é confortável, silencioso, seguro e tem boa performance. Só não encara estradas de terra – para isso serve o jipe com o qual deve dividir garagens. O A5 não é um daqueles cupezinhos como o Audi TT, que só levam duas pessoas. No A5, uma criança, ou até dois adultos de no máximo 1,70 m, pode viajar confortavelmente nos bancos de trás. O porta-malas de 455 litros é digno de um sedã, ou seja, permite fazer viagens com bastante bagagem.

Guilber Hidaka
Porte do cupê é um pouco inferior ao do renovado sedã A4. Belo desenho traseiro é o grande destaque

Quer usar o A5 no dia a dia? Sem problemas! É ágil no trânsito, não é “trambolhoso” para estacionar e coloca o motorista numa posição confortável ao volante, diferentemente de alguns esportivos mais radicais. E – importante dizer – tem suspensão gostosa, que absorve bem os impactos, sem tirar do A5 a devida pegada esportiva em curvas. Além disso, não raspa fácil em valetas e passa por lombadas a quase 30 km/h, em quarta marcha.

Guilber Hidaka
Faróis de duplo xenônio com leds conferem um ar futurista ao cupê desenhado por Walter De Silva

Por falar em marcha, o A5 tem oito. Na verdade tem variações contínuas e infinitas (é do tipo CVT), mas a Audi criou uma escala de oito velocidades para permitir que o motorista se divirta com trocas manuais, pela alavanca ou por borboletas atrás do volante. Se deixar a alavanca na posição Drive (D), pode até fazer trocas nas borboletas, mas o sistema inteligente assume rapidamente o comando, colocando a marcha que considera ideal. A brincadeira fica mais divertida se o motorista escolher a posição manual. Aí, sim, é possível esticar e reduzir, ainda mais se a função “sport” estiver acionada. Nessa situação, o A5 arranca o melhor do esperto e econômico 3.2 V6 FSI. Aí fica mais parecido com o TT do que com os sedãs A4 e A6.

As únicas restrições que faço ao A5 são a fraca visibilidade traseira, a dificuldade de acesso aos dois assentos de trás (mesmo com o botão que faz o banco da frente correr sobre trilhos) e a falta de mimos para quem viaja atrás. Sem falar do preço salgadíssimo. O cupê vem com bom pacote de série. Traz bancos de couro com ajuste elétrico, computador de bordo com interface para vários comandos (um tanto confuso de manusear), faróis bi-xenônio com leds, teto solar, seis airbags e muitos outros itens de comodidade e segurança. Mas, pelo preço, deveria oferecer mais. O cliente tem de pagar caro por acessórios de última geração, como tela colorida do computador, controlador de velocidade com sensor de obstáculos, equipamento de áudio “premium”, auxiliar de ultrapassagens (elimina o ângulo morto), amortecedores adaptativos e memória de posição dos bancos. E terá de desembolsar por certos acessórios esportivos – pacote S-Line, suspensão esportiva e rodas de aro 18 ou 19. É o preço que se paga por um cupê voltado para homens maduros, ainda sem concorrente no mercado brasileiro.

Guilber Hidaka
Interior traz requintes típicos de um sedã de luxo, o que faz do A5 um esportivo para o uso diário

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