Citroën DS3: saída à francesa
Na briga com Mini, modelo francês tem charme de sobra, mas sem nostalgia
Em relação ao Mini e ao Fiat 500, o DS3 se destaca pelo porte superior e pelo conforto
Apesar de ofuscar carrões agora que é novidade, o DS3 nasceu para disputar olhares (e consumidores) com Mini Cooper e Fiat 500, entre outros compactos cults. Para tanto, a Citroën escolheu uma estratégia diferente das rivais, sem olhar para o passado. A única coisa nostálgica é o nome, herdado do DS de 1955. De resto, o DS3 é uma derivação “très chic” do novo C3, com direito a carroceria exclusiva da coluna “B” para trás (sempre com duas portas) e diversas opções de personalização. O hatch é o primeiro de uma família premium que terá o DS4 e o DS5 ano que vem.
No DS3 tem sempre um tubarão atrás do motorista. Mas ainda bem que ele está nadando no sentindo contrário...
Leia mais
No prédio da Citroën, um DS3 dá as boas-vindas. A gente já tinha se encontrado no Salão de Frankfurt, ano passado, mas dessa vez gostei mais do design. Embora a dianteira seja quase igual à do C3, um feixe de leds em cada ponta do para-choque deixa o visual muito mais bacana. Sigo pela lateral do carro e, olha só, temos um tubarão nadando em direção à traseira. Calma, é só o desenho da coluna “B” que lembra uma barbatana. Também gostei dos vidros cobrindo as colunas traseiras, e do logotipo todo estilizado. Notou que a cor do teto é diferente? Pois isso faz parte da personalização do modelo, que oferece quatro opções de cor para a cobertura, além de mais quatro tipos de adesivos temáticos. O interior também pode ganhar a cara do dono, mas já aviso que dificilmente todo esse leque de modificações vai atravessar o Atlântico. Nosso DS3 é um Sportchic THP 150, número que se refere aos cavalos do motor, uma versão amansada do 1.6 16V turbo do Mini Cooper S (fruto de uma parceria entre a BMW e a PSA). Ao entrar, esqueça as invencionices de alguns Citroën, como volante de cubo fixo e painel digital no centro do carro. Temos um belo volante de três raios, com a base achatada (como nos Audi esportivos) e um quadro de instrumentos não menos atraente, com os principais mostradores analógicos. O painel é parte na cor da carroceria, e parte revestido com plástico emborrachado. Os bancos de couro com abas pronunciadas e o sistema de som Hi-Fi completam o ambiente refinado.
A dianteira segue as linhas do novo C3, mas os feixes de leds no para-choque garantem exclusividade ao DS3
Volante de três reaios tem desenho esportivo
Pego uma rodovia rumo à região de Chantilly, ao norte de Paris, e enfim ouço o assobio do turbo ao esticar a terceira marcha. O DS3 ganha velocidade rapidamente quando o limite passa de 90 km/h para 130 km/h, mas não tem a mesma pegada do Cooper S. Acho, inclusive, que os 8,1 s que a marca divulga de 0 a 100 km/h são um pouco otimistas. Saio para uma estradinha de mão dupla e os 24,5 kgfm de torque logo a 1.400 rpm garantem ultrapassagens fáceis. O câmbio tem seis marchas, mas a sexta serve apenas para economia (2.000 rpm a 100 km/h).
Bem postado ao chão nas curvas, o hatch agrada pelo rodar bem mais sólido que o do nosso C3. Mas se você se empolgou com a versão turbo, terá de esperar um pouco mais. No começo da importação, a Citroën deve trazer somente a versão aspirada, de 120 cv, para ter preço intermediário entre o Fiat 500 e o Mini Cooper, algo em torno de R$ 70 mil. Assim como fazer compras na Champs-Elysées, desfilar com o charmoso DS3 não será para qualquer um.
Siga @autoesporte no Twitter e confira todas as notícias do site, além de conteúdo exclusivo e interação com a nossa equipe!
Painel traz uma parte pintada na cor da carroceria ou na cor do teto
Nenhum comentário:
Postar um comentário