quinta-feira, 10 de junho de 2010

Citroën DS3: saída à francesa

Na briga com Mini, modelo francês tem charme de sobra, mas sem nostalgia


Citroën
Em relação ao Mini e ao Fiat 500, o DS3 se destaca pelo porte superior e pelo conforto
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A avenida Champs-Elysées é uma das mais chiques de Paris, lugar de lojas de grife e gente endinheirada. Mas não é que entre Bentleys, Maybachs e Ferraris California de capota aberta celebrando os primeiros dias da primavera, consegui chamar a atenção dirigindo um compacto da Citroën? Pois é, o DS3 está dando o que falar na França, e quer fazer o mesmo no Brasil a partir do primeiro semestre de 2011.

Apesar de ofuscar carrões agora que é novidade, o DS3 nasceu para disputar olhares (e consumidores) com Mini Cooper e Fiat 500, entre outros compactos cults. Para tanto, a Citroën escolheu uma estratégia diferente das rivais, sem olhar para o passado. A única coisa nostálgica é o nome, herdado do DS de 1955. De resto, o DS3 é uma derivação “très chic” do novo C3, com direito a carroceria exclusiva da coluna “B” para trás (sempre com duas portas) e diversas opções de personalização. O hatch é o primeiro de uma família premium que terá o DS4 e o DS5 ano que vem.

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No DS3 tem sempre um tubarão atrás do motorista. Mas ainda bem que ele está nadando no sentindo contrário...
No prédio da Citroën, um DS3 dá as boas-vindas. A gente já tinha se encontrado no Salão de Frankfurt, ano passado, mas dessa vez gostei mais do design. Embora a dianteira seja quase igual à do C3, um feixe de leds em cada ponta do para-choque deixa o visual muito mais bacana. Sigo pela lateral do carro e, olha só, temos um tubarão nadando em direção à traseira. Calma, é só o desenho da coluna “B” que lembra uma barbatana. Também gostei dos vidros cobrindo as colunas traseiras, e do logotipo todo estilizado. Notou que a cor do teto é diferente? Pois isso faz parte da personalização do modelo, que oferece quatro opções de cor para a cobertura, além de mais quatro tipos de adesivos temáticos. O interior também pode ganhar a cara do dono, mas já aviso que dificilmente todo esse leque de modificações vai atravessar o Atlântico.

Nosso DS3 é um Sportchic THP 150, número que se refere aos cavalos do motor, uma versão amansada do 1.6 16V turbo do Mini Cooper S (fruto de uma parceria entre a BMW e a PSA). Ao entrar, esqueça as invencionices de alguns Citroën, como volante de cubo fixo e painel digital no centro do carro. Temos um belo volante de três raios, com a base achatada (como nos Audi esportivos) e um quadro de instrumentos não menos atraente, com os principais mostradores analógicos. O painel é parte na cor da carroceria, e parte revestido com plástico emborrachado. Os bancos de couro com abas pronunciadas e o sistema de som Hi-Fi completam o ambiente refinado.

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A dianteira segue as linhas do novo C3, mas os feixes de leds no para-choque garantem exclusividade ao DS3
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Volante de três reaios tem desenho esportivo
Tento acelerar, mas o trânsito infernal de Paris não deixa. Entre primeira e segunda marchas, reparo que o câmbio tem engates um pouco duros, embora os pedais sejam leves. A direção elétrica é mais firme que a do C3, assim como a suspensão, mas o DS3 ainda se revela mais confortável que o Fiat 500 e (bem mais) que o Mini. O Citroën também é maior que os dois, seja por fora ou por dentro. Na frente há espaço de sobra, mas atrás joelhos e cabeça de um adulto vão no limite. Interessante é uma alça para os passageiros do banco traseiro, na coluna central. Com 285 litros, o porta-malas abre ampla vantagem sobre os rivais.

Pego uma rodovia rumo à região de Chantilly, ao norte de Paris, e enfim ouço o assobio do turbo ao esticar a terceira marcha. O DS3 ganha velocidade rapidamente quando o limite passa de 90 km/h para 130 km/h, mas não tem a mesma pegada do Cooper S. Acho, inclusive, que os 8,1 s que a marca divulga de 0 a 100 km/h são um pouco otimistas. Saio para uma estradinha de mão dupla e os 24,5 kgfm de torque logo a 1.400 rpm garantem ultrapassagens fáceis. O câmbio tem seis marchas, mas a sexta serve apenas para economia (2.000 rpm a 100 km/h).

Bem postado ao chão nas curvas, o hatch agrada pelo rodar bem mais sólido que o do nosso C3. Mas se você se empolgou com a versão turbo, terá de esperar um pouco mais. No começo da importação, a Citroën deve trazer somente a versão aspirada, de 120 cv, para ter preço intermediário entre o Fiat 500 e o Mini Cooper, algo em torno de R$ 70 mil. Assim como fazer compras na Champs-Elysées, desfilar com o charmoso DS3 não será para qualquer um.

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Painel traz uma parte pintada na cor da carroceria ou na cor do teto

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