S6: sedã executivo com alma de Lamborghini
Aceleramos o novo Audi com motor V10 de 435 cavalos, o mesmo do Gallardo
Ele tem o perfil e as proporções de um típico carro de executivo bem-sucedido. É elegante, levemente discreto e muito luxuoso. Mas esse Audi tem outros atributos. Ao trocar o A pelo S, o A6 ganhou motor V10 e se transformou em um arisco S6. Com 435 cavalos, o sedã avaliado não chega a ser tão estúpido como o RS6 (V10 biturbo, de 580 cv), mas é bem mais nervoso que o A6 4.2 V8, de 350 cavalos.
Assim que vi o carro, já quis entrar e virar logo a chave. Afinal, o discreto “V10” colado na lateral era um sinal de que aquele carro reservava fortes sensações. Na verdade, não foi apenas o “V10” que chamou minha atenção: os discretos emblemas “S6” na frente e na traseira também eram indicadores do temperamento explosivo daquele sedã. As belas rodas aro 19, os pneus 265/35, o corpo dos retrovisores em alumínio e o spoiler dianteiro completam o pacote.
Quando pus a mão na maçaneta, o sistema já havia reconhecido que eu estava com a chave e destravou a porta. Também não precisei de “virar a chave”. Bastou um leve toque no botão instalado no console para acordar o motor 5.2 V10. Ele não impressiona apenas pela cilindrada ou pelo número de cilindros, mas principalmente pela origem Lamborghini: esse motor é basicamente o do Gallardo – apenas ligeiramente mais comportado para não assustar quem está no banco de trás. Além da grande cilindrada e da potência abundante, ele traz avanços como injeção direta e comandos variáveis. Outro botão liberou o freio de estacionamento (eletro-hidráulico). Com a alavanca em drive, saí para ver se o carro vale os R$ 399 mil. É muito dinheiro, mas também é muito carro.
De acordo com o modo selecionado no câmbio Tiptronic de seis marchas, as respostas do sedã podem ser rápidas ou muito rápidas. Na posição D, ele já ignora os 1.910 quilos. O S6 tem arrancadas vigorosas e as trocas de marchas são rápidas. O volante conta com borboletas para trocas manuais. Se o motorista não estiver satisfeito, pode puxar um pouco mais a alavanca, para a posição S. Nesse caso, o S6 fica ainda mais arisco. As trocas passam a ser feitas em rotações maiores, e as reduções ocorrem mais rapidamente, para segurar o giro do motor em níveis mais elevados. A aceleração de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos dá uma ideia de como o S6 anda. Enquanto você estiver disposto a acelerar, ele está pronto para atender a seus desejos. Comprovei isso numa subida de serra: pisei e ele foi “ganhando altitude” como se estivesse no plano. Nesse caso, além da potência, o que ajuda muito é o torque de 55 kgfm, disponível entre 3.000 e 4.000 rpm.
No mesmo circuito sinuoso, comprovei o bom funcionamento dos faróis direcionais. O sistema xenônio é de série, assim como a fileira de leds que ficam permanentemente acesos. A estabilidade é outro ponto forte. A tração Quattro distribui com eficiência o torque entre as rodas dianteiras e traseiras. Em condições normais, a divisão de forças é de 40% para frente e 60% para trás, o que confere um sutil comportamento de “tração traseira” ao modelo. Aliada à suspensão de alumínio, independente, a tração garante estabilidade exemplar – para um sedã, claro. Afinal, apesar do comportamento esportivo, nesse carro a suspensão também deve ser confortável. A direção mostrou firmeza em alta velocidade e relação bem direta, o que torna o veículo obediente em trechos sinuosos.
Além das borboletas para trocas de marcha manuais, o volante traz ainda os comandos de som e o logo S6 – outra leve indicação de que esse sedã não foi feito para motorista particular. Aliás, o emblema aparece também na soleira das portas. Os bancos, tipo concha, são próprios da versão.
Tem os ajustes elétricos esperados em um carro dessa categoria, mas garantem ótimo apoio lateral nas curvas. O painel recebeu revestimento prateado no painel e console, enfatizando a pegada mais esportiva. O sistema multimídia MMI reúne os principais controles do veículo, e os comandos aparecem na tela localizada no painel.
Além da versão sedã, o Audi S6 está à venda também na versão perua (Avant). Nesse caso, a empresa declara 0 a 100 km/h em 5,3 segundos, apenas 1 décimo a mais que o tempo do sedã. A máxima, em ambos os casos, é limitada a 250 km/h.
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