sábado, 11 de setembro de 2010

Como descobrir sinais de perda total
Dicas ajudam a identificar veículos acidentados na hora da compra



Empresas de vistoria e profissionais especializados podem ajudar a identificar se houve perda total no veículo que está sendo vendido
Depois de muito procurar, Marcelo Vidigal encontrou um Ford Focus 2002 na Autovia, revenda em Palmas, Tocantins, que vende veículos novos da Fiat, Chery e Mahindra, além de usados de várias marcas. Com o financiamento aprovado e o documento de transferência em seu nome, teve o seguro negado porque o veículo foi identificado como resultado de “perda total” pela seguradora. “O Focus constava como ‘fora de circulação’ em todos os outros estados. A baixa no Detran do Mato Grosso do Sul foi dada em 2004. Dois anos depois, ele foi vendido em leilão, foi para São Paulo e voltou para Palmas”, conta Vidigal.
A princípio, o vendedor disse que o carro era de um amigo do dono da loja e que, por confiança, não checou a procedência. “Mas depois ele falou que era assim, que em Palmas as pessoas não se preocupam com seguro, então eles vendem veículos nessa situação com frequência”, diz Vidigal. E eles não são os únicos. O consultor de mercado Vitor Meizikas garante que a prática é comum: “Antes, valia a dica de comprar de lojista estabelecido ou revenda autorizada. Era uma garantia. Agora, não”. Isso apesar de as lojas serem obrigadas a checar a origem do carro, como confirmou Octávio Vallejo, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de São Paulo (Sincodiv-SP).
Para se precaver de casos como esse, algumas medidas são possíveis. Entre elas, levar o veículo a um funileiro e a um mecânico de confiança para que eles avaliem se há sinais de consertos de grande extensão ou se o número do chassi está raspado. O consumidor também pode pedir ao revendedor um laudo da “vida pregressa” do automóvel, ou simular um orçamento de seguro com vistoria prévia. Por fim, pode procurar empresas de vistoria credenciadas pelo Denatran que têm acesso a banco de dados, como os da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). “São sistemas que registram as ocorrências do veículo de acordo com o número do chassi”, explica Meizikas. O serviço pode custar até R$ 100 – R$ 30 pela pesquisa do histórico, R$ 70 pela avaliação do veículo, como informa Josenildo Andrade, gerente operacional da Checkar.
O fato é que nada disso seria necessário se as seguradoras dessem baixa nos carros com grandes danos e depois os vendessem como sucata, como manda o figurino. Se o sistema com as informações sobre os sinistros fosse público, também seria mais fácil. E pessoas como Marcelo Vidigal não teriam medo de adquirir um usado que já nem deveria existir.

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