sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Por que o air bag pode não disparar?

Confira a resposta e uma série de outras dúvidas técnicas

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Air bag deve sempre ser usado em conjunto com cinto de segurança para funcionar a contento

Tenho um Suzuki Vitara,e dei uma batida de frente num poste e os air bags não abriram. Gostaria de saber se existe algum órgão privado ou particular que me de uma orientação - Luiz Fortino, São Paulo (SP)

Desde que chegaram ao País ao longo da década de 1990, nos modelos importados mais sofisticados, os air bags ajudaram a salvar muitas vidas. Mas tenha em mente um detalhe importante: o equipamento de segurança, já bem conhecido pelo mercado, pode não dar aquela preciosa ajuda em certos tipos de colisão. O principal fator que faz o sistema funcionar é a desaceleração brusca do veículo.

“É esse efeito que faz os sensores de acionamento detectarem a necessidade de inflar as bolsas de ar, e não a velocidade na qual se trafega”, explica Fábio Viviani, membro do Comitê de Segurança Veicular da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) e proprietário da FLV Engenharia Automotiva, empresa de consultoria e representação de equipamentos de segurança veicular para testes em laboratório.

O especialista explica que o sensor de acionamento dos air bags frontais está posicionado próximo ao centro da grade dianteira e sua área de atuação compreende toda a frente do modelo – ou seja, mesmo uma colisão dianteira concentrada na área de um dos faróis pode fazer o sensor disparar as bolsas infláveis, dependendo da violência da colisão.

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Bolsas de ar se inflam em frações de segundo

“Apenas como efeito ilustrativo, é possível dizer que o sistema pode ser acionado mesmo quando se trafega a baixas velocidades. O equipamento de segurança entrará em funcionamento se o veículo colidir contra uma barreira estacionada a uma velocidade de 40 km/h, ou mesmo a 30 km/h, mas o parâmetro que realmente conta é a desaceleração.”
Uma colisão leve entre dois veículos que trafegam no mesmo sentido, por exemplo, pode não originar uma queda brutal da velocidade. Num caso como esse, é possível que o sistema “entenda” que não há uma situação de alto risco. Assim, as bolsas de proteção não entram em ação.


Nos sistemas modernos, a inclinação da carroceria, que indica forte frenagem, não é um fator imprescindível para o acionamento do sistema, até porque há acidentes que ocorrem de maneira tão inesperada que o condutor mal tem tempo de acionar o pedal do freio. “Os sensores são feitos para interpretar as situações de risco. Com a carroceria inclinada ou não, as bolsas serão acionadas se a colisão acontecer”, explica Viviani.

Porém, nem sempre as coisas podem acontecer dessa forma. Com o tempo, o sistema precisa de uma revisão, até porque o sensor pode apresentar algum defeito, não acionando as bolsas em situações de risco. “Além disso, os air bags duram entre 10 e 15 anos, o que está descrito no manual do proprietário, e devem ser trocadas depois desse período para continuar oferecendo segurança.”

Cuidados ao dirigir

Um modelo equipado com air bags é sempre bem-vindo para quem preza pela segurança, mas não se pode confiar apenas nesse sistema. É fundamental continuar usando o cinto de segurança, não só porque a lei exige isso, mas também porque os dois equipamentos trabalham em conjunto para reduzir ao máximo as conseqüências de um acidente para os ocupantes do veículo.

Outro cuidado importante é saber empunhar o volante. “O ideal é que as mãos estejam na posição dos ponteiros de um relógio quando indicam 9h15, ou 10h10. Quem deixa uma das mãos, ou as duas, no topo do aro pode levar um golpe no rosto se a bolsa inflável for acionada”, lembra o especialista. Dirigir fumando cachimbo, por exemplo, também pode não ser muito saudável para quem colide o veículo. “É importante também que o corpo fique pelo menos 30 centímetros distante da capa do volante, assim haverá espaço para o airbag inflar sem atingir violentamente o tórax do condutor.”

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