Citroën C5 de volta à briga
Maior e todo renovado, sedã francês retorna ao mercado nacional, com design renovado e bem agressivo em preço
E aceleramos logo o que interessa aos brasileiros, que é a versão única a ser importada: 2.0 com câmbio automático e suspensão Hydractive. Sim, o consumidor brasileiro vai perder o bom desempenho do 3.0 V6, mas vai ganhar o preço atrativo do C5 2.0, entre R$ 90 mil e R$ 95 mil. Ainda há chances C5 ter motores compactos em virtude da parceria com a BMW, que rendem mais do que os 143 cv do atual 2.0 16V, sem romper a barreira do IPI; o 1.6 turbo já usado no Peugeot 308 pode render 150 ou 175 cv.
Traseira tem desenho inspirado nos sedãs alemães e vidro côncavo como no Citroën C6
Hora do elogio
Timidez do conjunto motor/câmbio à parte, o renovado C5 merece elogios por vários aspectos. A começar pelo estilo arrojado, bem diferente do comportado antecessor. “Um sedã familiar não precisa ser despido de emoção, estamos mirando no exemplo dos sedãs alemães”, disse o diretor geral da Citroën, Gilles Michel, em entrevista com jornalistas brasileiros no Salão de Genebra. O perfil do C5 ficou muito bonito, com frente ampla, teto em forma de arco e traseira curta. Nada de tampa do porta-malas com acesso à área de passageiros, como no primeiro C5: o novo é um legítimo três volumes. Os faróis e as lanternas são grandes; largos nas extremidades e estreitos no centro. Remetem ao luxuoso C6, mas com cortes mais modernos e elegantes.
O melhor do carro é a suspensão. A combinação de hidráulica e eletrônica proporciona uma altura constante em relação ao solo, garantindo estabilidade e conforto em várias condições de piso. O motorista pode selecionar o modo esportivo, que deixa a suspensão mais rígida e mais precisa em curvas. Pode também elevar a altura do carro em baixa velocidade para superar certos obstáculos. Trata-se do mesmo sistema do C5 anterior, mas com alguns refinamentos. As melhorias na qualidade construtiva do C5, somadas a essa suspensão e à melhor aerodinâmica, garantem um rodar muito agradável e silencioso.
Volante tem miolo fixo, como no C4. Instrumentos combinam sistema analógico e digital
A Citroën também caprichou no pacote se segurança do carro, com sete airbags de série, além de dois opcionais (os laterais traseiros). Conta ainda com freios ABS, controles eletrônicos de estabilidade e tração, além de detetores de pneus vazios. Nos testes de colisão da EuroNCAP, ganhou cinco estrelas. Em termos de conforto, oferece um pacote generoso na versão Exclusive, a única que virá para o Brasil. A Citroën do Brasil ainda não definiu quais serão os opcionais, mas os mais prováveis são teto solar, faróis duplos de xenônio e sensores de estacionamento.
Com preço na faixa de R$ 95 mil, o carro entrará numa lacuna de mercado entre os sedãs mexicanos (Fusion e Jetta), de R$ 85 mil, e os sedãs que vêm da Europa e Japão por mais de R$ 120 mil, como o Passat, sem esquecer do coreano Azera.