Troca de família... JETTA VARIANT x C4 PICASSO
VW Jetta Variant ou Citroën C4 Picasso? Confira a disputa entre esses dois canditados a estacionar na sua garagem
O bebê chegou? Seu filho adolescente espichou? A bagagem aumentou? Bem-vindo ao clube dos donos de carros familiares. Espaço é o que você procura? Se balançou a cabeça para cima e pra baixo eu convido a aproveitar o movimento e dar uma espiada mais de perto nas imagens desses dois carros aí de cima. Os reconhece? Não? Eles são as duas melhores opções para famílias dispostas a gastar cerca de R$ 80 mil – o monovolune francês Citroën C4 Picasso e perua mexicana Volkswagen Jetta Variant. Modernos, espaçosos e chamativos. Mas as semelhanças entre essa dupla terminam aqui, já que o Citroën se orgulha em oferecer conforto, enquanto o Volkswagen chega com uma tocada mais esportiva. Qual o melhor? Vejamos.
A disputa começa do lado de fora. Gosto não se discute, diz o povo, mas no caso da Jetta se discute sim, e muito. A polêmica está no ar: a traseira da perua não conversa com a dianteira? Seria melhor que a lanterna fosse menor e espichada como nos demais carros da Volkswagen, como a Passat Variant? Particularmente gosto do visual da Jetta – é único, tem personalidade e é elegante. Menos polêmico, o desenho do C4 Picasso é cheio de vincos e ângulos retos, mas não arrisca em ousar. A traseira lembra a de um hatch. Não dá para não notar a quantidade de vidro que reveste o carro. Só para você ter uma idéia, o para-brisa tem dois metros quadrados. Na Jetta, o teto solar panorâmico (Sky View), que é opcional, tem 1,1 metro quadrado de área envidraçada – sendo que metade dela pode ser aberta.
Ao abrir a porta você se depara com duas cabines completamente diferentes. No Citroën a vastidão impressiona – é quase uma sala de estar daquelas que você encontra nesses lançamentos de quatro suítes com varanda gourmet. Entre o banco do motorista e o do passageiro há um vão imenso onde é possível colocar, copos, óculos, sacolas, já que a alavanca de câmbio está na coluna de direção. Essa mudança também abriu a possibilidade da fabricante colocar uma minigeladeira no painel, bem em frente ao local onde tradicionalmente está a alavanca.
Outra boa sacada são os três bancos individuais na fileira de trás. Eles têm o mesmo tamanho (45 cm de largura cada) e correm até 13 cm para trás. O piso plano ajuda na sensação de espaço. Se precisar carregar muita bagagem a dica é escamotear os bancos traseiros, dessa forma você tem a disposição um “depósito” de 1.775 litros, ou cinco vezes mais que o porta-malas do Honda Civic, por exemplo. Na posição normal dos assentos, o bagageiro do C4 Picasso leva 490 litros.
Nos números de capacidade de carga, a Jetta ganha. Aliás, quando o assunto é número a perua da VW é imbatível, como veremos adiante. São 505 litros, 22 litros a menos que o Jetta sedã. Se na cabine da Jetta falta vastidão, sobra refinamento. O acabamento é superior, o sistema de som é mais eficiente (dez alto-falantes) e o ar-condicionado resfria o ambiente mais depressa. Por outro lado, o Citroën oferece por R$ 1.500 extras, um ar-condicionado que pode ser regulado individualmente nos quatro cantos do carro. Ou seja, o motorista, o passageiro da frente e os dois que sentam ao lado das portas traseiras podem regular a temperatura e a intensidade do vento.
Na hora de acelerar é quando a Jetta abre vantagem, muita vantagem. Lembra que disse que nos números ela é imbatível? Enquanto o Citroën traz o conhecido motor 2.0 16V de 143 cv e 20,4 kgfm de torque (o mesmo do C4 Pallas, por exemplo), a perua conta com um moderno propulsor 2.5 de 170 cv e 24,5 kgfm. A transmissão automática sequencial do C4 de quatro marchas, embora conte com borboletas na coluna da direção, é inferior ao câmbio Tiptronic de seis marchas da Jetta. As trocas são suaves e a transmissão aproveita bem toda a potência do motor, especialmente quando a opção de modo Sport é acionada. É acelerar e arrancar. No C4, as relações são longas e o câmbio fica confuso especialmente entre a segunda e a terceira numa subida de ladeira.
Com uma carroceria rígida e o centro de gravidade mais baixo, a Jetta passa mais segurança nas curvas. Por outro lado ela não é suave ao encontrar um buraco – a pancada é toda transmitida para o interior. O C4 Picasso traz uma suspensão um pouco mais firme que o habitual para os carros da Citroën, mas ela continua bem macia. O que incomoda, mesmo, é a batida seca ao passar pelos buracos.
Finalmente, o preço. A Jetta Variant sai por R$ 83.990 e o Citroën C4 Picasso custa R$ 81.800. Em resumo: se você não abre mão de espaço interno e porta-trecos para todo tipo de bugigangas fique com o francês. Sua família vai se deliciar. Mas, na soma de qualidades divido pelo preço, a Jetta Variant se apresenta como a melhor opção, e, neste caso, quem vai se divertir é você, ao volante.
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