segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pequenos luxos: Audi Q5 encara três rivais

Nova safra de crossovers disputa sua atenção. Qual deles vale seu dinheiro?

Brian Vance

Nós sabíamos que teríamos uma batalha pela frente antes mesmo de recebermos a primeira chave dos modelos desse comparativo. A última vez que fizemos uma matéria como essa o segmento de crossovers nos Estados Unidos tinha apenas cinco carros. Dois anos depois, essa lista mais do que dobrou. Então resolvemos promover um confronto entre quatro novidades, já que não conseguimos incluir o recém-lançado Cadillac SRX. Mas porque será que essa categoria se tornou uma das mais agitadas do mercado? Pergunte ao departamento de marketing das montadoras. Uma vez que o apelo dos utilitários esportivos começou a perder fôlego no mercado e os sedãs passaram a ser mais procurados, as fabricantes apostaram no cruzamento desses dois tipos de carro.

No papel, Audi Q5, Mercedes-Benz GLK, Volvo XC60 e Lexus RX 350 são bem parecidos. Todos vêm com tração integral e motor de seis cilindros. Com exceção do GLK (que tem câmbio de sete marchas), as caixas automáticas são de cinco velocidades. Há também mordomias, como sistema de navegação por satélite, câmeras que auxiliam nas manobras de estacionamento e interior caprichado. Claro que existem diferenças mecânicas entre eles: o Volvo tem motor turbo, com cilindros montados em linha e 280 cavalos e o Audi conta com um V6 de 3.2 litros, aspirado de 270 cv. Enquanto isso, a Mercedes e a Lexus preferiram adotar algo maior, como um V6 de 3.5 litros, montado no sentido longitudinal no modelo alemão e na transversal no japonês.

Brian Vance
Na terra, o modelo que se deu melhor foi o Audi, seguido do Volvo, Mercedes e Lexus

A fita métrica revela uma das poucas grandes diferenças entre esses quatro. A média de vantagem de altura e a largura desse quarteto é destoante no caso do Lexus. Com 4,77 metros e comprimento, o RX 350 tem 14,2 cm a mais que XC60 e Q5 e enormes 24 cm em relação ao GLK 350. Mas essa dança de medidas não é tão importante quanto a briga que esses quatro travaram na pista de testes. Meros dois décimos de segundo separam o modelo mais rápido na aceleração de 0 a 100 km/h (Audi Q5) dos mais lentos (Volvo e Mercedes). Na prova de arrancada dos 250 metros, o Audi também saiu na frente, com dois décimos de vantagem em relação ao Volvo.

A diferença de aceleração lateral nas curvas é ainda menor: apenas 0,07g, entre o Audi (0,85g) e o Lexus (0.78g), o que mais escorregou na pista. Apesar do Q5 ter os discos de freio maiores, os melhores números de frenagem ficaram com o GLK 350. Com 35,9 metros, o Mercedes parou 0,6 metro antes do Audi e longos 3,9 metros atrás do pesado Lexus. Além do teste, subimos montanhas e descemos para o deserto com esses quatro modelos. Fomos ate Anza Borrego, na Califórnia (EUA), região desértica que fica a apenas 45 metros acima do nível do mar. O caminho até lá inclui quilômetros de asfalto e curvas fechadas. E nesse trajeto o Lexus e o Mercedes se mostraram os menos estáveis.

Brian Vance
Os quatro encararam com certa valentia as trilhas pela região desértica de Anza Borrego, na Califórnia (EUA)

“A direção do RX350 parece que está anestesiada. A sensação é de que você está flutuando”, diz o editor de testes, Scott Mortara. “A estrutura do GLK é uma das melhores – transmite segurança, fácil de ser controlada -, mas tudo isso acaba sendo prejudicado pela direção, que não acompanha o resto do conjunto”, explica o editor Arthur St. Antoine. Mais considerações: “apesar do visual esportivo, o RX 350, não gosta de estradas sinuosas, inclinando demais a carroceria nas curvas", conta outro editor, Ron Kino. “Além disso, o controle de estabilidade entra em ação bem antes do ideal”, completa ele.

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