Aproveitei o feriado de Páscoa para fazer uma viagem mais longa com o Jetta até Paraty (RJ). Foi uma prova de fogo, tanto para o carro quanto para mim. Levei 9 horas para percorrer os quase 310 quilômetros entre a capital paulista e a cidade histórica no sul do Rio de Janeiro. Bem, vamos primeiro à parte boa: espaço interno irrepreensível, seja para os ocupantes ou para suas bagagens (afinal, são 536 litros, o maior da categoria), boa estabilidade (pelo o que consegui avaliar nos curtos trechos com pista livre na Rodovia dos Tamoios) e uma elogiável rigidez torcional (mesmo em piso de pedra e com pneus de perfil 45, não se ouve rangidos ou ruídos incômodos).
Porém, depois de ter dirigido o Jetta por mais de 10 horas na volta a São Paulo, ficou claro que o motor do Bora não foi feito para um carro que pesa 1.346 kg (o que corresponde a uma relação peso-potência de amargos 11,6 kg/cv, com apenas gasolina no tanque). Por ter que se esforçar demais para dar um certo ânimo ao sedã, o 2.0 derivado do antigo AP do Santana acaba consumindo mais do que o ideal, com a agravante de ter um tanque menor do que deveria (tem apenas 55 litros, ante 60 litros dos principais rivais), o que prejudica a autonomia. Tive que reabastecer o carro duas vezes durante a longa jornada, depois de ter saído de São Paulo com tanque cheio. Depois de muito anda-e-para, subidas, descidas e sem se preocupar muito com consumo, o Jetta terminou a viagem de ida a Paraty com uma média de 8,9 km/l de gasolina.
Outro aspecto interessante foi o funcionamento do sofisticado sistema de som que custa R$ 3 mil, como já foi comentado aqui neste blog. Vem com disqueteira embutida para seis CDs, entradas auxiliares para cartão de memória, iPod e iPhone, tela do tipo “touch screen” de 6,5”, entre outros recursos. Mas o que eu queria mesmo, parado no congestionamento monstruoso, era ouvir alguma notícia sobre o trânsito, o que foi bem difícil por causa da recepção sofrível da minúscula antena. O sinal fraco ia e voltava, obrigando a ouvir apenas poucas emissoras locais. No fim das contas, a conclusão é que, apesar das suas qualidades, o Jetta aspirado falha principalmente em desempenho e consumo, dois pontos importantes para quem busca pelo máximo de eficiência em um sedã na faixa dos R$ 70 mil.
Fonte: Auto Esporte Blog
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