quinta-feira, 28 de abril de 2011

TESTE NOVO JETTA - Bom ou ruim? Depende do carro que está perto


Antes que o Jetta 2.0 aspirado automático se despedisse de nosso Quarentena, fiz um bate-e-volta para casa com ele, para as últimas impressões. Agora ele será trocado pelo 2.0 aspirado com câmbio manual, que custa R$ 65.755.

Quando a gente dirige o Jetta sem pensar em comparação, o carro agrada. O rodar é silencioso e macio, o volante é bom, a tela multimídia touch screen é ótima e o estilo é moderno, embora sóbrio. Mas a coisa muda quando a gente começa a comparar. Recentemente, andei no Jetta Variant, com motor 2.5 de 170 cv. Nem vou falar do desempenho empolgante, porque nesse quesito o novo modelo se defende muito bem, na versão Highline 2.0 TSI, de 200 cavalos. Mas não há como não falar do ruído do motor. Além do ótimo desempenho, o 2.5 de cinco cilindros tem um ruído tão característico como agradável. Mas é claro que nada é perfeito: o 2.5 adora tomar gasolina, e o faz em grandes quantidades.

Em nome do barateamento, o requinte do modelo antigo deu lugar a um acabamento mais simples. O couro natural foi trocado por couro sintético. Não sei se alguma vaca vai deixar de morrer por causa disso. No que dependesse de mim, ela só morreria por causa da carne, não do couro. Mas o que sei é que o painel também foi sacrificado. No modelo anterior (que permanece na perua Jetta), os instrumentos estão colocados dentro de “copos” bem desenhados. No novo sedã, o quadro de instrumentos tem concepção bem mais simples.

Quanto ao estilo, as linhas ficaram mais retas e similares às dos outros modelos da marca. Em outras palavras, o Jetta perdeu parte de sua personalidade. Na perua você ainda encontra a dianteira do Golf 6, embora a traseira não tenha mudado. No novo Jetta, a familiaridade com o Golf foi rompida.

Além da inevitável concorrência entre Jettas novo e antigo (ou atual, no caso da Variant), o sedã também chega às lojas em um momento de forte ebulição do segmento. O problema é que a Volkswagen acabou prestando atenção nos japoneses e o tiro veio de onde eles não esperavam – dos franceses. Durante a apresentação do Jetta, os executivos da marca procuraram enfatizar que, embora o motor 2.0 não fosse o mais potente, ele oferecia “o maior torque da categoria”. A afirmação vale para Civic e Corolla 1.8, mas se esqueceram do Renault Fluence e do Peugeot 408, só para citar exemplos de dois novatos com motores bem mais modernos. Não por acaso, no comparativo da edição de abril da Autoesporte, o Jetta ficou em terceiro lugar, com o 408 e segundo e o Fluence no topo.

Em condições normais, o Jetta tende a ir jogando as marchas para cima, com o objetivo de economizar combustível. Com isso, o desempenho fica prejudicado. Se quiser mais ânimo (especialmente em ultrapassagens e subidas), o motorista precisa acionar o modo “S” do câmbio. Aí o carro acorda, mas acorda com sede.

Reforço o que já foi dito: o câmbio automático de seis marchas (com alavancas no volante) é muito melhor que o motor (oito válvulas, comando simples, bloco de ferro…).

Por causa da relação mais longa do câmbio automático, a Volkswagen informa que o Jetta manual gasta mais que o automático. Vamos descobrir isso logo, logo.

Fonte: Blog Revista Auto Esporte

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